Polo de tecnologia dentro das favelas capacita jovens para atuar nas profissões do futuro
Além de promover a inclusão digital, iniciativa prepara jovens periféricos para o mercado de trabalho
De longe é possível identificar o Pavilhão Social do G10 Favelas, um espaço localizado na Zona Sul da capital paulista, onde são diariamente oferecidos serviços de assistência social aos moradores da segunda maior favela de São Paulo, Paraisópolis, comunidade com mais de 100 mil habitantes.
E as ações do G10 Favelas não se limita as necessidades básicas emergenciais, elas também são elaboradas com a missão de apoiar os moradores para que superem a situação de vulnerabilidade. Nesse sentido, foi criado o G10 TECH, polo tecnológico que tem o objetivo de capacitar jovens da comunidade para o mercado profissional em áreas de tecnologia, como programação e pesquisa. A iniciativa é uma realização do G10 Favelas em parceria com o grupo UOL/PagSeguro, o Vai na Web e a Cria Brasil agência de comunicação.
“A criação do polo de tecnologia em Paraisópolis, reforça os projetos de formação de talentos nas classes C, D e E e com promoção de diversidade, que já apoiamos. Além de enfatizar que o curso de desenvolvimento de sistemas oferecido pela UOL/PagSeguro, vai combinar fundamentos da programação com as novas tecnologias, capacitando e qualificando os alunos a fazerem parte de equipes de tecnologia, enfrentando os desafios da economia digital”, diz Marden Neubert, consultor do Grupo UOL/PagSeguro.
A união dessas quatro empresas, proporciona a oportunidade dos jovens da favela de Paraisópolis se qualificarem para o mercado de trabalho voltado para as “profissões do futuro”, que tem a tecnologia como sua principal ferramenta. De acordo com o estudo “Demanda de Talentos em TIC e Estratégia ΣTCEM”, publicado em dezembro de 2021 pela Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom), apenas 53 mil pessoas por ano se formam em cursos de perfil tecnológico e há uma demanda média anual de 159 mil profissionais de Tecnologia da Informação e Comunicação. O relatório estima que as empresas de tecnologia demandem 797 mil talentos de 2021 a 2025. Porém, com o número de formandos abaixo da demanda, a projeção é de um déficit anual de 106 mil profissionais – 530 mil em cinco anos.
Além de aprenderem a desenvolver programas de computadores e games, os jovens também aprendem a fazer análise de dados e a criarem estatísticas, a partir de pesquisas feitas na própria favela.
Repórter do jornal Espaço do Povo há 1 ano e apresentadora do programa Saúde Mulher Moderna e Bem Informada no Facebook.