Viciados em ficções

 Viciados em ficções

Crédito: Nelson Almeida

O mundo assistiu no mês passado os impactos do “chilique” dado por parte de bolsonaristas radicais, que invadiram as sedes institucionais de poder em Brasília.

O ataque nervoso nacionalista que, com arma em uma mão e na outra tradição, desafiaram as instituições constituídas ao pedirem em cartazes e voz alta o fim da democracia e volta da ditadura. 

Uma parte dos bolsonaristas, os mais radicais, na tentativa de não generalizar, criaram em sua mente um teatro e fantasiam todos os dias cenários hipotéticos que o “comunismo” está logo ali na esquina e, que por isso, devemos entregar o país nas mãos dos militares, antes que nossos filhos sejam levados a usar cores fora de gênero, antes que pautas como renda, raça, social, de orientação sexual sejam doutrinadas nas escolas, antes que fechem as igrejas. 

O inimigo foi criado como quando nos 21 anos de ditadura brasileira. Mas, na verdade, ele não existe, é uma fantasia criada e manipulada com o auxílio de um maquinário digital com objetivos políticos e de poder. Você nunca se perguntou? Tudo é culpa do outro, nenhum político se considera culpado mesmo tendo evidentes provas dos seus horrores, principalmente como ser político.

Todos nós, como atuantes políticos, temos responsabilidade com a nação. Ser a favor da ciência, ser contra ditaduras que, caso acontecesse, isolariam o Brasil do mundo é o mínimo que se espera de um cidadão racional e bem-intencionado. 

O que vemos atualmente? O contrário. A ilusão parece ser mais consoladora. O escritor Sérgio Vaz traz uma frase que resume a sensação de viver esse momento: “Há uma diferença entre o deficiente visual e aquele que não quer ver. O deficiente visual fica grato quando você o ajuda a olhar. O que não quer ver, fica bravo se você lhe mostrar aquilo que ele não consegue enxergar”.

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Cria de Paraisópolis, bacharel em Lazer e Turismo pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP. Pesquisador com foco na periferia e sua dialética com o Lazer e Turismo. Teve contato com projetos de impacto social em Paraisópolis e em áreas da Zona Leste.

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