Sem vagas nas escolas, pais pedem ajuda à União dos Moradores para matricular os filhos
Os problemas como falta de vagas e lista de espera têm prejudicado muitas crianças desde o início do ano letivo. Sem ter o direto à educação dos filhos garantido, muitos pais deixam de trabalhar porque não têm com quem deixar a criança. Um levantamento feito pela União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis (UMCP) aponta que cerca de 80 crianças ainda aguardam vagas nas escolas municipais e estaduais da comunidade.
De acordo com Juliana Oliveira, coordenadora de projetos da UMCP, alguns pais procuraram a associação para pedir ajuda. A coordenadora afirma, ainda, que a entidade entrou em contato com a Diretoria Regional de Educação (DRE) Campo Limpo e solicitou o atendimento às crianças. ” A DRE realizou a abertura de três novas turmas, uma na EMEF Francisco Rebolo, inclusive, está localizada fora da comunidade, e duas na EMEF CEU Paraisópolis. No entanto, ainda não conseguiu atender a demanda da comunidade”.
Desde o início das aulas, a União recebe semanalmente pais reclamando a falta de vagas na região. Juliana afirma que a UMCP tem feito acompanhamento de cada caso. ” Alguns pais relataram
O drama vivido com as inúmeras tentativas de matricular os filhos. Há casos em que as crianças estão matriculadas em escolas distantes da comunidade e não conseguiram o transporte gratuito, por isso não estão frequentando as aulas, pois a família não tem condições de pagar o transporte escolar, que custa em torno de R$ 150 por criança”, finaliza.
Outro problema antigo é a falta de vagas em creches. Atualmente, 1672 crianças de 0 a 5 anos estão na fila de espera, de acordo com o sistema “ensino online” da prefeitura, o que não representa a real demanda porque muitas famílias deixam de realizar o cadastro.
Jornalista, produtora cultural, diretora de comunicação da Cria Brasil, agência de comunicação de território de favela que surgiu com o compromisso de gerar impacto social positivo nas comunidades do país.