Editorial: “Apertem os cintos: O prefeito sumiu”
Fernando Haddad foi eleito prometendo um governo inovador, dinâmico e realizador. Quem tiver a oportunidade de rever suas propagandas de TV poderá ver propostas como o Arco do Futuro, a criação de centenas de milhares de empregos na periferia, 50 mil novas moradias, novos hospitais, revolução na educação, e por aí vai.
Para fazer tudo isso, Haddad dizia, e diz até hoje, que contaria com 8 bilhões de reais de investimentos do governo Dilma e usaria melhor o dinheiro combatendo a corrupção. Passados mais de 60% da sua gestão, esse dinheiro não veio e Dilma já deixou claro que não fará mais investimentos em Paraisópolis.
A corrupção, por sua vez, não foi atacada. Exemplo disso , é o fato de um secretário de Haddad, demitido por suspeita de corrupção, contar com o seu apoio para virar presidente da Câmara dos Vereadores, que na verdade deveria investigar casos como o dele.
Por enquanto, se Haddad está entrando de algum jeito na história, é como o prefeito que fez menos obras e projetos em São Paulo. O que custa caro, como moradia, hospital, CEU ou corredores de ônibus, simplesmente não saiu do papel. Entraram em seus lugares ciclovias, pintura de faixas exclusivas (que são dez vezes mais baratas que o corredor), grafiti e praças de Wi-Fi. Nada contra, senão o fato de que essas “grandes realizações” não representam 1% do orçamento municipal. São ações simples, normalmente tocadas por subprefeitos.
A pergunta que fica é quando o prefeito vai começar a governar. No caso de Paraisópolis, Fernando Haddad se comprometeu diversas vezes a retomar as obras que ele parou: construção de moradias, creches, escolas, parque e teatro. Hoje, terrenos que foram desocupados com a pagamento de indenizações, licitações e obras parciais feitas por outros governos, estão voltando a estaca zero pela irresponsabilidade da atual administração com a urbanização da comunidade.
Nesses 10 anos de urbanização, houve investimentos da Prefeitura, Estado e União. Foram várias gestões de partidos diferentes, como Serra, Kassab, Alckmin, Dilma e Lula, que levaram o projeto de urbanização para frente. Haddad paralisou todo esse trabalho, e na prática, abandonou o projeto da Nova Paraisópolis.
Logo após assumir seu mandato, o prefeito Fernando Haddad mandou congelar os recursos previstos no orçamento de 2013 para a Urbanização de Favelas, recurso que em grande parte atendia a urbanização em execução aqui em Paraisópolis. De lá para cá, o prefeito esteve em nossa rádio afirmando que não faltariam recursos para a continuidade das obras se apoiando em recursos do PAC 2, o que na realidade não aconteceu.
Com quase 5 mil famílias no aluguel social, não há, no momento, nenhuma obra relacionada à moradia em execução. Nenhuma ação prática foi feita para atender à população que mora na região do Antonico e sofre constantemente problemas relacionados à saúde e à qualidade de vida. As obras do Pavilhão Social estão paralisadas, o Parque Paraisópolis ainda se encontra fechado e o Parque Sanfona, por conta da paralisia evidente, hoje passa por reocupação, assim como a Escola de Música, fatos informados a ele pessoalmente.
Se na década de 80 a luta foi por nossa existência contra a remoção total de Paraisópolis, proposta feita pelo então prefeito Paulo Maluf, hoje devemos declarar guerra à tentativa de Haddad de acabar com o sonho de construirmos a Nova Paraisópolis.
Comunicador social
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