Pense bem antes de falar

 Pense bem antes de falar

Crédito: Reprodução Pexels

“ – Eu não te aguento mais, você não devia ter nascido!”
“- Vou dar você para uma outra família!” 
“ – Você é uma criança terrível, difícil de se conviver!” 

Imagine-se por um momento ouvindo essas frases na sua infância. Você pode imaginar o impacto de frases como esta em uma fase crucial do desenvolvimento humano? Pois é, isso se refere a um tipo de violência psicológica.

“Vou dar você para uma outra família!” 

“Você é uma criança terrível, difícil de se conviver!” 

Imagine-se por um momento ouvindo essas frases na sua infância. Você pode imaginar o impacto de frases como esta em uma fase crucial do desenvolvimento humano? Pois é, isso se refere a um tipo de violência psicológica.

Todas as formas de violência/abuso são provenientes de uma pessoa que detém força e poder subjugando uma pessoa, dentre elas as mais indefesas e vulneráveis. 

Abuso é violência. O vocábulo violência vem da palavra latina vis, que quer dizer força e se refere às noções de constrangimento e de uso da superioridade física, psicológica, intelectual, sobre o outro.

Infelizmente diversos atos de violência são causados dentro da própria família, muitas crianças enfrentam o abuso de poder de seus cuidadores. Figuras que deveriam desempenhar a função de desenvolver nos seus pequenos o encorajamento, palavras que promovem autoestima e resiliência, acabam frustrando seus filhos com palavras que desencorajam e geram um senso de desvalor e impotência. 

Críticas maldosas, comparações infelizes, desprezo, ironia e xingamentos resultam em uma imagem de si distorcida, ativando uma raiva de si mesmo, senso de inadequação, culpa e medo de decepcionar o cuidador, dentre outros sintomas. 

O estresse, ansiedade que a criança passa a sentir a coloca em um estado de hipervigilância, paralisando sua espontaneidade e potencializando um futuro adulto tendente a doenças emocionais. 

Muitos pais tomados pela ira e pela impaciência podem impensadamente lançar palavras rudes, que machucam e ferem os sentimentos de seus filhos. 

Ainda que não seja a intenção causar traumas e mal estar em seus filhos, a frequência trará um resultado desastroso. 

Este texto tem por finalidade alertar sobre esta violência velada. 

Como responsáveis pelo desenvolvimento emocional dos nossos filhos, precisamos abolir da nossa narrativa parental um vocabulário de violência em nome de “quem sabe assim ele se ajeita”. 

É humano errar e no exercício da educação, certo é, que as falhas farão parte do processo. Vamos pisar na bola, vamos nos dar conta depois da palavra mal dita. Mas, o quanto tivermos consciência do impacto das nossas palavras na formação emocional dos nossos pequenos, podemos priorizar a reflexão e buscar caminhar no trilho do acerto, do amor e paciência, que são elementos fundamentais na promoção de saúde emocional de nossos pequenos. 

Reflita sobre isso, pare e pense antes de agir, você pode, você consegue! 

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Psicóloga Clínica, especialista em Psicologia Positiva e Ciência do bem estar e autorrealização. CRP 6/124208

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