Como construir vantagem competitiva em datas com a Black Friday?

Na semana da Black Friday, muitos empreendedores ainda questionam o real valor dessa data para os negócios. Os números mais reveladores mostram que a maioria dos consumidores começam a buscar ofertas com até três semanas de antecedência, transformando a data em uma verdadeira “Black November” – uma janela prolongada que representa para empreendedores uma oportunidade única para construir relacionamentos sólidos e duradouros, além dos descontos agressivos.
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O período registra aumento significativo no número de novos consumidores online, tornando-se o momento ideal para capturar atenção e demonstrar valor. Muita gente, inclusive, já se planeja com antecedência para buscar as melhores ofertas na Black, fazendo economias para gastar na data. Por isso, além de novos clientes, é possível também aumentar consideravelmente o ticket médio através de estratégias bem estruturadas. O volume elevado de tráfego permite ainda validar novos produtos e canais de comunicação, oferecendo insights valiosos para o planejamento do ano seguinte.
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A experiência da JOVI, fabricante chinesa de smartphones que iniciou sua operação no Brasil neste ano, em sua primeira Black Friday no país oferece um roteiro inspirador desse novo olhar estratégico. Em vez de entrar na corrida por percentuais de desconto, a marca identificou uma dor genuína do consumidor: o pânico de ficar sem bateria no celular. A campanha “O Terror do 1%”, desenvolvida pela Euphoria Creative, traduziu esse insight em uma narrativa inovadora, retratando situações cotidianas que se transformam em pesadelos quando a bateria do celular está prestes a chegar ao fim. O resultado conectou a tecnologia BlueVolt – capaz de preservar 80% da capacidade da bateria por quatro anos – como uma uma solução real para um problema do dia a dia, transformando a Black Friday em uma grande oportunidade para as pessoas se livrarem deste pesadelo, numa demonstração de valor que ultrapassava a simples discussão de preço.
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Essa lição se aplica a negócios de qualquer porte e nos convida a pensar estrategicamente. O primeiro passo é identificar qual problema real seu produto ou serviço resolve, concentrando-se no benefício fundamental para além das características técnicas. Em seguida, desenvolver uma narrativa autêntica que converse com sua audiência – conteúdo narrativo comprovadamente gera muito mais engajamento que abordagens puramente promocionais. Estender o período de ofertas ao longo de novembro permite maior capilaridade e reduz a pressão operacional, enquanto a integração consistente entre canais físicos e digitais aumenta significativamente a probabilidade de recompra. Por fim, é crucial mensurar além do faturamento imediato, avaliando o crescimento da base de clientes, o engajamento nas redes sociais e a satisfação do cliente – indicadores que frequentemente superam em valor o lucro momentâneo.
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Para empreendedores, o verdadeiro valor da Black Friday não reside no faturamento passageiro de um mês, mas na capacidade transformadora de converter transações pontuais em relacionamentos permanentes. Quando compreendemos essa data como uma oportunidade de demonstrar valor genuíno – não apenas oferecer descontos – estamos construindo os alicerces para um crescimento sustentável. O lucro de novembro é inquestionavelmente importante, mas a confiança conquistada é que sustentará o negócio durante todos os outros meses do ano. A pergunta estratégica deixou de ser “se devemos participar” para se tornar “como podemos usar esta oportunidade para fortalecer nossa conexão com quem realmente importa”, porque no ecossistema competitivo atual, são as conexões autênticas – e não os preços mais baixos – que constroem legados duradouros.