Qual foi o legado deixado pela Rainha Elizabeth II
Aos 96 anos de idade morreu a rainha Elizabeth II, foi a monarca que mais tempo ficou no trono britânico, ao todo quase sete décadas como chefe de Estado. Uma das curiosidades que surge é como uma pessoa pode ser tão amada pelo seu povo, e qual sua real responsabilidade dentro de um Estado como o Reino Unido. É difícil imaginar um legado com só mazelas, visto seus fiéis seguidores juntos até seu último suspiro.
Uma marca histórica controversa do trono britânico é seu passado colonial. O império britânico foi um dos maiores já existentes na terra, um dado para afirmar essa ideia foi que em 1920 dominavam cerca de 458 milhões de pessoas, abrangendo cerca de 24% da área total da terra.
As críticas jorraram em sua morte, atrocidades contra populações indígenas, roubos, escravidão e opressão são argumentos que apareceram, de fato foram situações que ocorreram junto às andanças do império pelo globo terrestre e seus privilégios em vida construídos à base de todas as atrocidades cometidas em países como Quênia, Iêmen, Irlanda do Norte, Egito e África do Sul entre tantos outros.
Outro acontecimento controverso relembrado foi que o tio da rainha, Eduardo VII apoiou abertamente o regime de Hitler, inclusive a própria rainha foi gravada ainda criança fazendo a famosa saudação nazista, mas era uma criança, porém mostra o controverso legado de seus pares familiares.
A rainha tinha um poder simbólico separado da política cotidiana dentro do regime monárquico parlamentarista britânico, exercia uma função diplomática, aconselhadora, celebrava acordos, recebia líderes mundiais, era uma posição representativa. A rainha não era maior que a constituição, portanto um poder limitado, porém de certa influência. Por outro lado as decisões que impactam diretamente a vida das pessoas que vivem na Inglaterra é dever do primeiro-ministro, o chefe de governo. Hoje o atual cargo é ocupado por Liz Truss, primeira-ministra.
A rainha Elizabeth II se tornou uma marca, referência e foi seguida por muitas gerações na europa, não é atoa que 14 países reconheciam a rainha como chefe de seu Estado…alguns deles são: Austrália, Bahamas, Belize, Canadá, Granada, Jamaica e Nova Zelândia. O povo brasileiro ao meu ver não se importa muito com o que acontece no Reino Unido ou em Belize, por outro lado a rainha é bem verdade deixou uma marca, boa ou ruim é um legado, deixa uma marca histórica e uma imagem potente na comunidade global. As ficções continuarão a existir nos tempos atuais e como bem a rainha parece que sempre disse “o luto é o preço que pagamos pelo amor” de todo modo precisamos ficar atentos… às vezes o amor pode ser cego.
Cria de Paraisópolis, bacharel em Lazer e Turismo pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP. Pesquisador com foco na periferia e sua dialética com o Lazer e Turismo. Teve contato com projetos de impacto social em Paraisópolis e em áreas da Zona Leste.