Fontes confiáveis em Paraisópolis
O caótico convívio com a desinformação, durante o mergulho diário nas mídias digitais, nos levou a reconhecer a importância de checar a veracidade das mensagens que invadem os dispositivos digitais. Pesquisa do Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica), divulgada em setembro deste ano, mostrou que 43% dos entrevistados brasileiros sempre buscam verificar as mensagens que chegam nos seus telefones celulares. E mais: 27% disseram que checam às vezes, 12% raramente buscam referências e 15% nunca verificam as informações. O estudo apontou que os entrevistados com mais de 60 anos são os que menos se dedicam a checar os textos.
E onde, então, devemos buscar a informação de qualidade e que representa o fato e/ou a realidade? Durante as entrevistas que fizemos com moradores de Paraisópolis – sobre a desinformação na pandemia da covid-19 –, os profissionais de saúde foram indicados como as fontes mais confiáveis para checar mensagens “duvidosas” sobre vacinas e temas relacionados à preservação da vida. Os entrevistados afirmaram que buscavam especialistas que trabalham nas unidades de saúde do bairro para a checagem da veracidade dos textos que circularam durante os períodos sensíveis da pandemia, além de amigos e familiares com formação profissional na área da saúde. O núcleo de comunicação de Paraisópolis, instalado no Pavilhão Social, foi indicado pelos entrevistados como indispensável fonte de informação durante a pandemia. Os portais de notícias tradicionais também foram citados para checagem de textos.
Jornalista, pesquisadora, doutoranda em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. Atuou como repórter e editora, por 20 anos, nos jornais Diário Popular, Diário de S.Paulo e Brasil Econômico. Pesquisadora e palestrante do tema desinformação científica.