De Paraisópolis para Flórida: mulheres periféricas levam a potência da favela para o mundo
- Comunidade
Julia Lima
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Crédito: Divulgação
Líderes femininas de Paraisópolis viajam para os Estados Unidos para o lançamento do Núcleo “Grupo Mulheres do Brasil”
No mês de setembro, quatro líderes femininas da comunidade de Paraisópolis se juntaram ao “Grupo Mulheres do Brasil”, uma iniciativa que nasceu em 2013, graças à união de 40 mulheres que sonhavam em tornar o mundo melhor. Atualmente o Grupo é formado por milhares de mulheres, todas com o mesmo propósito: estimular a participação feminina na construção de um Brasil que seja melhor para todos.
A comitiva de mulheres do G10 Favelas reuniu influenciadoras na favela de Paraisópolis: Flavia Rodrigues, presidente da Associação das Mulheres de Paraisópolis e coordenadora da Horta comunitária AgroFavela; Elizandra Cerqueira e Juliana Gomes, idealizadoras do projeto Mãos de Maria; e Rejane Santos CEO do Emprega Comunidades conhecido como Linkedin da Favela.
“Pra mim, como liderança comunitária e empreendedora social, foi super importante participar do lançamento do núcleo do Grupo Mulheres do Brasil na Flórida. Quando a gente consegue ter um grupo tão representativo de mulheres negras, mulheres fortes, mulheres da comunidade e empresariais, conseguimos, de fato, movimentar o Brasil e poder ter participado dessa comitiva foi um grande privilégio”, conta Elizandra Cerqueira. “Me senti muito feliz e orgulhosa do espaço que a gente vem conquistando dentro desse e de outros grupos”, completa Elizandra.
O novo Núcleo já foi inserido na comunidade de Miami. Várias ações para dar suporte às brasileiras já estão sendo desenvolvidas, como acolhimento para mulheres que sofrem violência doméstica e o apoio jurídico ao longo dos três anos de implantação. Há também um projeto de ensino de idioma inglês para a comunidade brasileira, e entrega de enxoval de bebês para mães que vivem em situação de vulnerabilidade social.
Para Rejane Santos, que faz parte do Grupo desde a sua criação em 2013, é extremamente importante falar sobre políticas públicas internacionais com foco nas imigrantes brasileiras.
“Foi extremamente importante participar do encontro, porque eu tive a oportunidade de contar a minha realidade e pensar em políticas públicas que melhorem não só a vida das mulheres brasileiras, mas também das mulheres que moram no estrangeiro. Muitas mulheres que saíram do Brasil para morar nos Estados Unidos e viram que a realidade era muito diferente, hoje precisam de apoio e fortalecimento de outras mulheres para poder seguir seu sonho”, diz Rejane. “Estar ali, com mulheres como Luiza Helena Trajano e Sônia Hess, empreendedoras de sucesso, foi muito gratificante. Levei o meu conhecimento para mostrar que a nossa rede pode, sim, apoiar e fortalecer o papel da mulher periférica, da empresária e que todas juntas somos mais fortes”, finaliza.
“Tive a oportunidade de participar do Lançamento do Núcleo Flórida que tem entre outros objetivos apoiar mulheres em situações de vulnerabilidade, brasileiras que chegam a um outro país sem saber falar o idioma, que muitas vezes embarcam na falsa promessa do casamento dos sonhos e se deparam com uma realidade cruel.
Foram dias incríveis, tivemos a oportunidade de levar nossa história adiante e também a oportunidade de conhecer histórias e lugares incríveis”, diz Juliana Gomes
