Moradora de Paraisópolis vence câncer de mama e passa a apoiar mulheres com a doença pelo mundo

Por Keli Gois
Conhecido como “Outubro Rosa”, o mês de outubro é dedicado a prevenção do câncer de mama em todo o mundo. Nesta época, é comum a realização de diversas campanhas de conscientização na prevenção da doença, e muitas mulheres são estimuladas a fazer o exame de mamografia, uma prática capaz de salvar muitas vidas.
Realizado geralmente em mulheres entre 40 e 69 anos, o exame de mamografia foi o que salvou Adenailde Alves Batista da Silva, 40, conhecida como Deny, que realizou o exame e conseguiu fazer o tratamento e curar-se.
Deny nunca imaginaria que teria um câncer de mama, muito menos em um período tão delicado de sua vida. Aos 32 anos de idade, um mês após diagnosticar a doença, descobriu que estava esperando um bebê. “O tipo de tumor que eu tinha era hormônio positivo, ou seja, os meus hormônios alimentavam o câncer. O risco do tumor aumentar, ir para o bebê, e nós dois morrermos era muito grande”, relembrou.
Mesmo diante das dificuldades devido ao tratamento de quimioterapia, Deny nunca desistiu de realizar o sonho de ser mãe outra vez. Seguiu com a gravidez adiante, passou por todo o tratamento e hoje se considera uma sobrevivente. “Eu estabeleci uma meta de que eu queria ver meu filho. Pedia força todo dia a Deus, pois eu queria ver meu filho nascer”.
Oito anos após ter o diagnóstico, ter realizado o tratamento e superado um dos maiores desafios de sua vida, Deny trabalha para ajudar outras mulheres na mesma situação. Membro da Organização ELAS por ELAS, a estudante realiza palestras e ações sobre a prevenção do câncer de mama e empenha-se a cada dia para garantir que outras mulheres tenham acesso ao tratamento gratuito.
“O câncer mudou totalmente a minha visão. Não dava para ficar sentada só porque me curei, quero ajudar outras mulheres a garantir seus direitos” defendeu.
Hoje, totalmente curada do câncer, Deny luta para garantir o direito de outras mulheres. Em 2009, esteve em Washington, durante a Corrida
pela Cura Global, patrocinada pela Fundação do Câncer de Mama Susan G. Komem, quando representou uma sobrevivente brasileira em gestação e caminhou ao lado de mulheres representantes de 18 países.
Há menos de dois meses para formar-se na faculdade, Deny revela-se uma pessoa realizada e reconhece que a doença fez com que ela tivesse um objetivo maior na vida: servir de exemplo para outras mulheres. “Não bastou eu passar pela situação, eu entrei de cabeça e hoje faço serviço social”, contou ela, ao revelar que a escolha do curso foi justamente para poder ajudar outras mulheres que têm a doença.