Bolsa de Valores da Favela vai conectar empreendedores e investidores
O presidente do G10 Favelas, Gilson Rodrigues, concedeu entrevista ao Jornal Espaço do Povo para falar sobre a Bolsa de Valores das Favelas, a mais nova iniciativa financeira do G10 Favelas em parceria com a DIVI•hub, plataforma de financiamento coletivo, também conhecido como crowdfunding. A parceria permite que investidores possam ter participação nos lucros de negócios promissores dentro das favelas do país.
Por Keli Gois
O presidente do G10 Favelas, Gilson Rodrigues, concedeu entrevista ao Jornal Espaço do Povo para falar sobre a Bolsa de Valores das Favelas, a mais nova iniciativa financeira do G10 Favelas em parceria com a DIVI•hub, plataforma de financiamento coletivo, também conhecido como crowdfunding. A parceria permite que investidores possam ter participação nos lucros de negócios promissores dentro das favelas do país.
Como surgiu a Bolsa de Valores da Favela e como ela vai impactar nos negócios de Paraisópolis e outras comunidades do país?
A Bolsa de Valores da Favela surgiu a partir da necessidade de conectar empreendedores de favelas e investidores que querem ajudar a impulsionar, gerar trabalho, renda e lucros para as comunidades. Nós acreditamos que essa conexão vai proporcionar um conjunto de iniciativas de negócios que possam ser escalados pelo Brasil inteiro para fazer com que o processo de desburocratização e acesso das startups aos investidores seja facilitado.
Quais são as empresas e os modelos de negócios que fazem parte das IPOs?
Nós estamos buscando empreendedores de favelas do Brasil inteiro. São empresas que são LTDA ou SA e que já estejam funcionando e precisam de um recurso para serem impulsionadas. Nesse primeiro momento, nós estamos priorizando iniciativas que possam ser escaladas em todo o Brasil, olhando para os segmentos que continuam crescendo mesmo com a pandemia. Queremos apoiar negócios que criam soluções para os problemas que as pessoas das favelas vivem. A Bolsa de Valores das Favelas conta com 18 empreendimentos.
A primeira empresa que já está disponível para os investidores adquirirem as cotas é: Favela Brasil Xpress, empresa de logística que teve início em Paraisópolis e já está em outras comunidades do Brasil.
Como inserir uma iniciativa na Bolsa? Ainda estamos no processo de inserção das iniciativas que farão parte da bolsa. Abrimos um link para que empreendedores de todo o Brasil possam cadastrar suas empresas para que façam parte da bolsa das favelas: https://bit.ly/33oknkM.
Quando as empresas, que são as startups das favelas se cadastram, elas devem apresentar um plano de negócios bem estabelecido e o valor que desejam receber de investimentos. A partir disso, nós lançaremos o IPO e elas podem fazer os primeiros investimentos.
Como o morador da comunidade pode realizar o seu investimento? O investimento será feito na plataforma por meio da compra de DIVIs, que é uma fração de um desses negócios, pelo preço de R$10 cada e que já traz as formas de remuneração que o investidor terá, como uma fatia das receitas ou dos lucros. No futuro, o dono dos DIVIs também poderá negociar seus ativos com outros investidores quando quiser e ao preço que estipular, abrindo também outra frente de ganhos financeiros.
Para fazer o investimento, é só acessar a plataforma pelo site https://bit.ly/3oY0adZ ou baixar o app da Divi- -hub.
Quais oportunidades serão geradas com o lançamento da Bolsa de Valores das Favelas? Além do desenvolvimento dos negócios das favelas, vamos promover a facilidade de conexão entre empreendedores e investidores. Com isso, estamos promovendo também o processo de desburocratização, quando qualquer pessoa pode, a partir da plataforma, fazer um investimento.
Como vocês estão estruturando os negócios para que eles possam receber investimentos? Inicialmente, nós estamos cadastrando esses empreendedores mais estruturados. Nós pedimos para que eles montem os seus planos de negócios e também pensem nos valores do investimento. Para esse plano de negócios, nesse primeiro momento, nós estamos oferecendo mentoria e um acompanhamento, além de promover um processo de validação para saber se ele realmente precisa desse dinheiro e qual o valor viável naquele primeiro momento.
Qual o impacto da criação da bolsa de valores na economia das favelas? Estamos promovendo conexão, gerando trabalho e renda. Temos a oportunidade de mostrar a favela potente, que cria soluções, abre caminhos e dá visibilidade para esses empreendedores que têm muitos sonhos possam tirá-los do papel.