O Vício do Estímulo Rápido e o Apodrecimento do Cérebro

Foto de cottonbro studio
Nosso cérebro está apodrecendo – e não é exagero. O termo técnico para isso é
brain rot, um efeito da sobrecarga de informações rápidas e superficiais que
enfraquece nossa capacidade de concentração, memória e pensamento crítico.
A cada rolagem infinita no feed, a cada vídeo curto, a cada notificação que
interrompe nosso raciocínio, estamos treinando nossa mente para o imediatismo.
Queremos tudo agora, na hora, sem esforço. O problema? A mente se adapta. Ela
aprende a viver no raso. O que antes exigia profundidade agora parece cansativo.
Ler um livro inteiro? Difícil. Sustentar uma conversa sem olhar o celular? Quase
impossível.
E assim, o cérebro – que deveria estar florescendo com reflexão, criatividade e
aprendizado – começa a atrofiar. Perdemos paciência para processos lentos,
trocamos conhecimento real por migalhas de informação e, ironicamente, quanto
mais consumimos, menos realmente absorvemos.
Mas ainda dá tempo de reverter esse quadro. Pequenas mudanças já fazem
diferença:
Desacelere. Nem tudo precisa ser imediato.
Aguente o tédio. Ele é um terreno fértil para a criatividade.
Leia algo longo. O esforço mental é um treino contra o apodrecimento.
Diminua o consumo de estímulos rápidos. Seu cérebro merece respirar.
Se continuarmos nesse ritmo, corremos o risco de trocar uma mente afiada por um
monte de informações desconexas, sem profundidade. O que você prefere: um
cérebro ativo ou uma massa cinzenta apodrecida?
Referência: O artigo Brain Rot: The Impact on Young Adult Mental Health foi publicado pelo Newport
Institute e aborda a relação entre a sobrecarga digital e a sensação de “cérebro apodrecido
Psicóloga Clínica, especialista em Psicologia Positiva e Ciência do bem estar e autorrealização. CRP 6/124208