A força que vem de dentro: Favelas geram R$300 Bi e mostram o poder do empreendedorismo popular
                                                    Mais de 5 milhões de moradores transformam negócios de bairro, como bares e restaurantes, em motor de desenvolvimento e oportunidade
As favelas brasileiras, que abrigam cerca de 17 milhões de pessoas, provam ser um dos maiores polos econômicos do país. Segundo o Instituto Data Favela, são mais de 5,2 milhões de moradores à frente de negócios próprios que injetam impressionantes R$ 300 bilhões na economia anualmente. Este movimento de gerar valor “de dentro para fora” está redefinindo a imagem dos territórios, afastando o estigma e reafirmando a força de suas comunidades.
O setor de alimentação, incluindo bares, lanchonetes e restaurantes, é um dos pilares desse motor financeiro, respondendo por 15% dos empreendimentos locais. Esses espaços vão além do comércio; eles se tornam pontos de encontro, fortalecem os laços comunitários e criam empregos, transformando o bairro em um ambiente de oportunidades. Muitos empreendedores, como Rodrigo Chad, dono de um restaurante no Campo Limpo (SP), atestam que a qualidade dos negócios da quebrada não deve nada aos estabelecimentos “do outro lado da ponte”.
A realidade de quem empreende na favela exige criatividade e uma visão profunda sobre as necessidades locais. Foi o que motivou Val Cabral, do Jardim Vitória (MT), a abrir sua confeitaria durante a pandemia, criando um produto de qualidade acessível à sua comunidade. Para ela, e para milhões, a favela é um território fértil para quem consegue enxergar possibilidades, derrubar preconceitos e buscar o protagonismo da própria história.
Reconhecendo essa potência, entidades como a Abrasel têm criado núcleos de apoio em diversas comunidades, como Bairro da Paz (BA) e Aglomerado da Serra (MG), para potencializar o crescimento desses micro e pequenos negócios. O sucesso desses empreendimentos mostra que, quando há apoio e, principalmente, quando o povo decide ser protagonista, a economia local floresce e o desenvolvimento social se torna uma realidade palpável.
