Dia Nacional do Funk: Museu das Favelas lança exposição “Funkeiros Cult”

 Dia Nacional do Funk: Museu das Favelas lança exposição “Funkeiros Cult”

Foto: Divulgação Museu das Favelas

Data é comemorada pela primeira vez a nível nacional

Nesta sexta-feira (12) é comemorado pela primeira vez o “Dia Nacional do Funk”. A data foi criada a partir do Projeto de Lei n° 2229, de 2021, de autoria do Deputado Federal Alexandre Padilha (PT/SP), aprovado no começo deste mês pela Comissão de Educação e Cultura do Senado Federal.

No texto do projeto argumenta-se que a criação de um dia nacional para celebrar a cultura funk significa a institucionalização de um espaço para que se discutam políticas públicas que atendam as demandas das comunidades onde o movimento é mais forte, gera renda e é uma alternativa de lazer.

“Tal ação deve, consequentemente, impactar a vida cotidiana de milhões de jovens pelo Brasil que, em cada região à sua maneira, veem o funk como diversão, mas principalmente, como oportunidade para uma vida melhor, seja a partir da sua participação na cadeia produtiva do funk como produto cultural (como MC’s, dançarinas/os, fotógrafas/os, produtoras/es, DJs etc) ou simplesmente, compondo o ciclo sustentável da economia
colaborativa das festas e bailes”, diz trecho do texto. O documento na íntegra pode ser conferido aqui.

O gênero também é celebrado no calendário oficial no Estado de São Paulo desde 2016. Proposto pela vereadora Leci Brandão, por meio da lei nº 16.310, o dia 7 de julho ficou instituído como o “Dia Estadual do Funk de São Paulo”. A data é uma homenagem ao cantor MC Daleste, assassinado em 2013 durante um show na cidade de Campinas.

Tais ações visam reconhecer o funk como manifestação cultural e proporcionar medidas que apoiem o gênero que, apesar da popularidade, ainda sofre com o preconceito e falta de investimento.

Para celebrar a data, o Museu das Favelas, localizado na Rua Guaianases, nº 1024, Campos Elíseos, lançou a exposição “Funkeiros Cult”, com obras produzidas pelo coletivo de mesmo nome que surgiu na periferia do bairro Compensa, em Manaus, Amazonas.

A exposição aborda questões como o impacto do acesso aos livros nas favelas e a influência do funk na autoestima dos jovens. Além disso, mostra como a arte e a cultura surgem como formas de resistência e criação em territórios marcados por conflitos. O projeto Funkeiros Cults reflete a importância de valorizar o potencial dos artistas das periferias.

A exposição Funkeiros Cults é organizada em quatro eixos:

Arte: A arte das periferias é real e significativa, oferecendo novos olhares e possibilidades para artistas que muitas vezes não têm chance de brilhar. O projeto enfatiza a produção artística nas favelas como legítima e valiosa.

Território: O projeto Funkeiros Cults surgiu na Compensa, um bairro de Manaus marcado por conflitos históricos, para trazer arte e cultura à comunidade. A seca histórica no Rio Negro destaca a importância do acesso ao lazer na natureza, especialmente em áreas periféricas afetadas pelas mudanças climáticas.

Identidade: O funk vai além de um estilo musical; é um movimento e um estilo de vida que fornece autoestima e orientação para os jovens de periferia, influenciando positivamente diversas regiões do Brasil.

Literatura: A linguagem é uma ferramenta crucial para a identidade periférica, com dialetos e gírias que definem comunidades. O projeto utiliza a linguagem da periferia para conectar-se com os jovens, reinterpretando filosofias antigas através de memes e comunicação moderna.

A exposição fica em cartaz até o dia 29 de setembro e a entrada é gratuita. O Museu das Favelas funciona de terça a domingo, das 10h às 17hs (permanência até as 18hs), localizado na Rua Guaianases, nº 1024, Campos Elíseos.

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Jornalista, repórter do Espaço do Povo e correspondente local de Osasco, na Grande São Paulo, na Agência Mural de Jornalismo das Periferias.

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