É o complexo

Ontem, vivi um dos momentos mais marcantes da minha trajetória.
O lançamento do filme “É o Complexo” foi um verdadeiro marco — não só pro cinema, mas pra história das favelas do Rio de Janeiro.
A sessão, no Cine Penha, ficou lotada! Vieram moradores e influenciadores de várias regiões: Complexo do Alemão, Penha, Ilha do Governador, Cosmos, Magé, Duque de Caxias e, claro, da minha raiz — a favela da Kelson’s.
O filme, dirigido por Vinícius Coimbra, abre uma trilogia inspirada nas músicas de Chico Buarque. Esse primeiro é baseado em “Meu Guri” e mergulha nas dores, contradições e silêncios das nossas quebradas: ausência do Estado, sedução do crime, violência que atinge todos os lados, e a omissão das elites que fingem não ver.
Na trama, dois estudantes de cinema resolvem filmar um documentário com traficantes do Engenho da Rainha. A personagem Mel, da classe média, se deslumbra com aquele universo — bailes, armas, códigos, assistencialismo — até ser confrontada com a brutalidade de uma guerra sem vencedores.
O que torna esse filme tão potente é a verdade por trás de cada cena. Os próprios atores — moradores de comunidade — criaram as cenas e improvisaram os diálogos com base em suas vivências reais. E foi aí que eu entrei.
Tive a honra e a responsabilidade de atuar como roteirista e articulador do projeto. Colaborei diretamente na construção da narrativa, na ponte entre a produção e os territórios, e na tradução da vivência da favela em linguagem de cinema. Não foi só escrever. Foi abrir caminhos, mediar mundos e garantir que nossa voz não fosse distorcida.
E eu não posso deixar de dizer: toda glória e toda honra sejam dadas a Jesus Cristo.
Foi Ele quem abriu cada porta, fortaleceu cada passo e me colocou nesse projeto.
Esse filme é mais que arte.
É missão. É chamado. É resposta de oração.
Pra quem quiser assistir, “É o Complexo” já está disponível em www.eocomplexo.com.br.
Assista, compartilhe e ajude a espalhar essa verdade.
